APOC

O Programa Africano de Controlo da Oncocercose (APOC) venceu o Prémio António Champalimaud de Visão 2011 pelo seu contributo excecional para a prevenção, controlo e luta contra a cegueira evitável, também conhecida pela "cegueira dos rios", uma doença que já infectou mais de 18 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta doença parasitária é transmitida aos humanos pela picada da mosca preta infectada, especialmente junto aos rios e outros cursos de água. O parasita produz milhões de larvas que migram pelo organismo humano por baixo da pele e causam lesões debilitantes e desfigurantes, nomeadamente cutâneas. Nos olhos, a reação inflamatória leva a perdas incapacitantes da acuidade visual que, sem tratamento, podem evoluir para a cegueira total. Esta doença é uma das prinicpais causas de cegueira evitável na África Subsariana.

Nos últimos 15 anos, a APOC coordenou mais de uma centena de programas de combate e controlo da oncocercose. Em 2010 o APOC tratou mais de 73 milhões de pessoas com o medicamento Ivermectin e assim contribui para evitar que mais de 120 milhões de pessoas em risco contraíssem a "cegueira dos rios". Para o efeito levou a cabo uma estratégia que pressupôs a distribuição e administração do medicamento nas comunidades mais afectadas, especialmente nas regiões remotas de África, trazendo esperança e saúde aos mais pobres e isolados.

Sobre o APOC

O APOC é uma parceria público-privada lançada em dezembro de 1995 e que tem, por objetivo a eliminação da oncocercose enquanto doença com uma importância extrema em termos socio-económicos e de saúde pública, especialmente em África. O tratamento com ivermectina dirigido pela comunidade (CDTI) é a principal estratégia seguida pelo APOC, depende da participação ativa dos beneficiários e promove a autonomia das comunidades. Dado o seu sucesso, esta estratégia está mesmo a ser aplicada pelas comunidades para fazer chegar, a quem precisa, de soluções para outros problema de saúde. A força deste programa assenta numa parceria única que engloba 20 organizações e países dadores, 15 organizações não governamentais, a participação de 19 países africanos, os donativos da farmacêutica Merck & Co. Inc. que fornece por tempo e quantidade indeterminado o ivermectin/mectizan a todos os que precisam, organizações e instituições de investigação e 153 comunidades afectadas por este flagêlo.