2016

Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz

Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz

A 10ª edição do Prémio António Champalimaud de Visão reconheceu o contributo de Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz para a compreensão da relação existente entre os dois órgãos responsáveis pela visão: os olhos e o cérebro. Ver e reconhecer deixaram de ser dois mecanismos diferentes para passarem a ser um só, fruto do inter-relacionamento destes órgãos.

O assinalável avanço protagonizado por estes quatro cientistas vem possibilitar o tratamento, no futuro, de muitos e diferentes distúrbios da visão através de terapias neurológicas e representa uma verdadeira revolução nos padrões conhecidos da ciência e nas consequentes abordagens terapêuticas.

Para podermos ver, locais específicos do nosso cérebro têm que receber sinais de células específicas nos dois olhos. As projeções neuronais destas células da retina têm que tomar decisões de navegação no caminho que percorrem em direção aos seus destinos específicos no cérebro, uma vez que estes são essenciais para a formação de um mapa preciso do mundo visual. A nossa visão é altamente dependente destas conexões sinápticas entre a retina e os locais correspondentes nos centros visuais superiores do cérebro.

Quando as projeções da retina não são formadas corretamente, a visão formada no cérebro torna-se anormal e a nossa capacidade de ver é muito prejudicada. A relação que os vencedores do Prémio António Champalimaud de Visão 2016 estabeleceram entre os olhos e o cérebro abre a possibilidade de curar certos distúrbios da visão através de tratamentos neurológicos. Terapias direcionadas ao cérebro e à sua capacidade de receber com precisão projeções da retina podem, desta forma, ser a chave para descobrir novos tipos de tratamento e trazer visão aqueles incapazes de ver, resultado de conexões sinápticas mal estabelecidas.

Muito do que sabemos atualmente sobre os mecanismos celulares e moleculares envolvidos no estabelecimento e definição dos padrões de projeções retinianas vem dos esforços individuais e coletivos dos Drs. Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz, agora premiados pela Fundação Champalimaud. O seu trabalho inovador tem vindo a revolucionar aquilo que conhecemos acerca da conexão entre os dois órgãos fundamentais responsáveis pela visão - o olho e o cérebro – e possibilitou um avanço muito significativo da nossa compreensão do sistema visual.

2016: Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz
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